(...) Foi precisamente no dia 08 de Junho que hoje decorre, mas em 1971, que se iniciou a Operação "BADANAL" com a missão de a partir de Nangade chegar à BASE BEIRA e ali recolher, proteger e escoltar a Companhia de Engenharia 2736 durante a abertura da picada MUEDA-NANGADE.
Fizeram parte desta operação forças da Companhia de Artilharia 2745, da Companhia de Caçadores 3309, Companhia de Caçadores 2795 e o Agrupamento de GEs 205, assim como duas Companhias de Comandos que há muito se encontravam no local e onde foram destruídas cerca de 160 palhotas daquela base que mostrava estar bem organizada e capturado algum material bélico.
Sempre com a FRELIMO por perto a flagelar as nossas tropas com granadas de morteiro 82mm, assim como à distância perturbando a progressão da construção da nova picada, esta operação revestiu-se de elevado risco para as tropas envolvidas uma vez que actuavam em terreno muito vulnerável e onde a FRELIMO era perfeitamente conhecedora da zona que há muito controlava.
Sempre com a FRELIMO por perto a flagelar as nossas tropas com granadas de morteiro 82mm, assim como à distância perturbando a progressão da construção da nova picada, esta operação revestiu-se de elevado risco para as tropas envolvidas uma vez que actuavam em terreno muito vulnerável e onde a FRELIMO era perfeitamente conhecedora da zona que há muito controlava.
Durante a permanência das nossas tropas na BASE BEIRA a FRELIMO flagelou por várias vezes aquele estacionamento com disparos de morteiro, e ao longo da construção da nova picada foram detectados vários obstáculos, com o rebentamento de minas anti-carro e anti-pessoal, sendo um deles com cerca de 7 metros quadrados e 3 metros de profundidade com várias armadilhas e, 100 metros mais à frente, foram detectados e destruídos 6 fornilhos compostos por várias cargas de TNT (cerca de 35 quilos) acompanhados por granadas de morteiro de 60 e 82mm para que a explosão fosse mais destruidora e o número de vítimas fosse mais elevado.
Sem se conseguir todos os objectivos propostos mas conquistada a BASE BEIRA, construídos que foram cerca de 2800 metros de picada e com 28 quilómetros percorridos em plena mata, as forças envolvidas nesta operação chegaram a Nangade ao fim de 12 dias sem consequências graves a registar, embora o desgaste psíquico e físico fosse bem notório nos rostos de quem acabava de regressar, onde a exaustão estava bem vincada nas suas faces e nos camuflados cobertos por uma película de pó espesso que os tornava irreconhecíveis (...)
Carlos Vardasca
08 de Junho de 2008
Foto 1: Mapa da localização das principais bases da FRELIMO em Cabo Delgado.
Foto 2: Coluna de viaturas que transportavam as forças que tomaram a Base Beira à FRELIMO.
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