


Depois de tanta estranheza por de facto nada ter acontecido naquele coluna (estranheza essa dissipada pela descoberta de vários panfletos da FRELIMO espalhados pela mata onde informavam dos motivos da sua não intervenção) a C.CAÇ. 3309 chegou a Palma no mesmo dia e aí permaneceu até ao dia 21, onde os seus soldados embarcaram a bordo de um navio de guerra - a Fragata NRP "General Pereira D' Eça" que os aguardava ao largo da Baía de Tungue e os transportou até Porto Amélia (Pemba), seguindo de imediato em coluna militar até Balama onde chegaram a 22 de Novembro de 1972 por volta das 0,00horas.
A viagem a bordo do navio de guerra foi idêntica à efectuada em 22 de Fevereiro de 1971 quando a C.CAÇ. 3309 iniciou a sua comissão no norte de Moçambique, mas desta vez a pitada da espuma salgada das ondas que salpicavam o convés e encharcavam aqueles corpos exaustos pareciam querer temperar uma outra felicidade, que era o princípio do início do seu regresso ao aconchego familiar, rumando cada vez mais para sul e para mais longe do troar dos Obuses, que decerto continuariam a "vomitar bolas de fogo" em todo o Planalto dos Macondes agora cada vez mais distante (...)
Carlos Vardasca
13 de Novembro de 2008
Foto 1: Embarque de parte da C.CAÇ. 3309 no Nord Atlas (1ª rotação) com destino a Montepuez e posteriormente ao Aquartelamento de Balama. Nangade 03 de Novembro de 1972.
Foto 2: Fragata NRP "General Pereira D' Eça" que transportou a C.CAÇ. 3309 de Palma para Porto Amélia (Pemba).
Foto 3: Primeira equipa da C.CAÇ. 3309 que chegou a Balama para receber o material da Companhia que foi render.
Na foto podem ver-se, entre outros (em pé) o Saavedra, Silva, Arteiro, "Foz", Almeida e o Pepino. (em baixo) Leite, Nascimento, (...) e o Lamas. Balama 1972
2 comentários:
Oh Carlos Vardasca; a companhia (3506) era de Artilharia...!não é que isso me reduza os 28 meses e meio de comissão; mas tenho o dever de corrigir (o seu a seu dono).continua com os teus escritos amigo, ha-de haver sempre um ex. combatente desconhecido que vai beber á tua fonte.
um abraço de: Antonio Rosa ex. 1º cabo radiotelegrafista da Cart. 3506
É claro amigo, "esta fonte é inesgotável" e tentarei sempre manter viva em "Do Tejo ao Rovuma" a memória dos momentos que interromperam um pedaço da nossa juventude.
Como já deves ter reparado, já rectifiquei para "Artilharia" o meu lapso.
Um abraço
Carlos Vardasca
ex-combatente da C.CAÇ. 3309
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