domingo, 30 de setembro de 2012

Sessão de apresentação do livro "Do Tejo ao Rovuma".

Mesa de apresentação da obra. Em primeiro plano o autor Carlos Vardasca, professor Joaquim Raminhos que moderou a sessão e o professor António Ventura a quem coube a apresentação do livro "Do Tejo ao Rovuma".
Um dos aspectos da sala, vendo-se a mesa e parte da assistência.
Aspecto geral da assistência, vendo-se na primeira fila ao centro, o director do jornal "O RIO" Brito Apolónia, que fez o registo da apresentação do livro para a comunicação social.

Discurso do autor durante a sessão de apresentação da obra

Caros amigos
O meu obrigado a todos pela vossa presença na apresentação do livro “Do Tejo ao Rovuma”. Aproveitando a vossa presença, queria no entanto deixar também alguns agradecimentos pois sem a sua contribuição esta obra não seria possível:
Os meus agradecimentos ao Arquivo Histórico Militar, Arquivo Histórico da Marinha de Guerra, Instituto Geográfico do Exército, Batalhão de Caçadores 10 em Chaves, mas também à prestimosa colaboração dos meus companheiros da ex- Companhia de Caçadores 3309 (alguns deles presentes nesta sala) que se dignaram enviar os seus álbuns e outros documentos, que possibilitou a recolha da maioria das fotos, documentos e outros testemunhos que ilustram a presente obra.
Por outro lado, queria agradecer à Câmara Municipal da Moita e à Junta de Freguesia de Alhos Vedros, que tiveram a amabilidade de me ceder este espaço da Biblioteca Municipal – Núcleo Cultural José Afonso, bem assim como os expositores.
Um agradecimento ao meu amigo e professor Joaquim Raminhos que aceitou participar na moderação desta sessão e, por fim, um agradecimento especial ao professor António Gonçalves Ventura, meu amigo que foi meu professor de história e também participante  na Guerra Colonial em Moçambique, que muita honra me deu ao gentilmente ter aceitado o meu convite para fazer a apresentação deste livro de que vos vou, em breves palavras, falar um pouco dele.
“Do Tejo ao Rovuma” é uma obra foto biográfica e documental que conta a história de cerca de 140 homens pertencentes à Companhia de Caçadores 3309, que foram mobilizados para combater em Moçambique durante o período colonial, conflito de má memória para a nossa juventude, que nela foi obrigada a participar e para onde foi enviada “sem jeito nem prosa”.
Guerra Colonial (pois é esse o nome adequado para uma guerra com aquelas características) que deixou marcas dramáticas em toda a nossa sociedade, ao ponto de ainda nos dias de hoje haver problemas familiares, resultantes das perturbações psicológicas de que muitos jovens foram vítimas por nela terem participado, muitos deles estropiados ou com graus de deficiência que lhes comprometeu de vez o futuro, outros, por terem falecido em combate (cerca de nove mil homens ao longo dos 14 anos de guerra) deixaram o nosso país repleto de pais angustiados e de imensas “viúvas do império”.
Esta obra que agora deposito nas vossas mãos foi fruto de uma intensa investigação que efectuei junto das entidades já referidas, e nasceu de uma vontade imensa em não deixar esquecer “um pedaço da nossa história”, de tentar recordar através deste registo histórico um pouco do nosso passado e os momentos conturbados neles vividos.
Por sentir que a edição deste testemunho era uma necessidade imperiosa e uma forma de preservar um pedaço da nossa história recente, de que tenho o imenso prazer de colocar à disposição de todos vós, tendo também como objectivo tentar preservar na nossa memória colectiva uma vivência por vezes dramática da nossa presença por terras de África, como participantes numa guerra colonial cujos interesses, apesar de nos serem estranhos, não deixaram de mutilar uma grande parte da nossa juventude que nela participou.
O título “Do Tejo ao Rovuma” resulta do facto da Companhia de Caçadores 3309 (de que eu fazia parte) ter embarcado no navio Niassa (ancorado no rio Tejo em 24 de Janeiro de 1971, onde fomos despejados no fundo dos seus porões como se fossemos uma vulgar mercadoria, enquanto que aos oficiais e sargentos lhes eram facultados camarotes com todas as comodidades), e ser destacada para o norte de Moçambique, na fronteira com a Tanzânia, nas margens do rio Rovuma, onde conviveu com a brutalidade da guerra, e de onde nem todos regressaram em 6 de Março de 1973.
Embora nesta obra se descreva cronologicamente e através de documentos oficiais os factos mais relevantes da vida destes militares por terras do Índico, “Do Tejo ao Rovuma” não pretende legitimar nem fazer o elogio da Guerra Colonial, pelo contrário.
Ao longo das suas 351 páginas, para além de relatórios de operações efectuadas pelas nossas tropas, descrições dos ataques da FRELIMO aos nossos aquartelamentos, descrição das circunstâncias em que ocorreram as nossas baixas em combate (alguns desses momentos ilustrados em fotos), irão encontrar também alguns textos escritos pelo autor mas também por outros seus companheiros que aceitaram prestar os seus depoimentos, onde se denota com alguma coerência e convicção uma visão crítica e uma denúncia política da Guerra Colonial.
“Do Tejo ao Rovuma” também não é indiferente à vida social das populações nativas, fazendo nas suas páginas uma pequena descrição dos usos e costumes das etnias mais relevantes em Cabo Delgado para onde a Companhia de Caçadores 3309 foi destacada; — os Macuas e os Macondes — esta última de onde era originária uma grande percentagem dos guerrilheiros da FRELIMO.
Nesta obra houve também a preocupação, para além da denúncia dos horrores da guerra, em descrever os vários momentos de angústia e de felicidade que se forjaram entre os militares, por vezes em condições dramáticas de sobrevivência, refugiados no interior dos abrigos a quando dos ataques da FRELIMO aos aquartelamentos, nas emboscadas de que eram alvo no interior da mata densa, ou dormindo semanas em cima das árvores para escapar às sucessivas inundações do seu aquartelamento pela junção das águas dos rio Rovuma e Metumbué devido à época das chuvas, onde, apesar de tudo, se solidificaram fraternas amizades que ainda hoje perduram, fruto da partilha dos vários silêncios que inundaram os seus medos por um regresso que por inúmeras vezes pareceu incerto.
Nas páginas deste livro não se contam façanhas heroicas nem se faz o elogio do herói tão ao gosto do Estado Novo (que por diversas vezes os tentou fabricar), mas tão só se conta o dia-a-dia dos cerca de 140 homens, que no próprio dia do seu embarque para a guerra no Cais de Alcântara já pensavam unicamente no seu regresso.
Nesta obra também se recordam os momentos fascinantes do dia 25 de Abril que veio pôr fim ao conflito colonial, mas também a convivência salutar e de extrema felicidade que se vive actualmente, quando os sobreviventes e verdadeiros protagonistas desta história se encontram anualmente em diversos pontos do país nos diversos Encontros Nacionais de confraternização.
Finalmente, em “Do Tejo ao Rovuma” faz-se, e com a devida honra, uma justa homenagem aos que da Companhia de Caçadores 3309 e das restantes Companhias do Batalhão de Caçadores 3834 tombaram em combate, e foram impedidos de regressar daquela odisseia trágico-marítima, para onde foram empurrados em defesa de um falso império que se adivinhava desmoronar em breve.
Foi em homenagem aos meus companheiros tombados em combate, ao Victor, ao “Almada” ao Sousa e ao “Alentejano”, e a todos aqueles que tombaram em defesa de uma pátria que lhes foi madrasta que escrevi “Do Tejo ao Rovuma”, e é a pensar em todos eles que aqui fica um abraço solidário de quem sobreviveu.
A todos vós que se dignaram estar presentes nesta sessão, mais uma vez o meu obrigado pela vossa presença.
 Alhos Vedros, 28 de Setembro de 2012
 O autor
Carlos Vardasca

sábado, 8 de setembro de 2012

"Do Tejo ao Rovuma" (sessão de lançamento e apresentação)

                                                Capa e contra-capa do livro

A todos os companheiros e amigos que se interessam por temas relacionados com "alguns pedaços da nossa história", mais concretamente sobre aquele conflito de má memória que foi a Guerra Colonial, informo-vos de que a obra da minha autoria intitulada, "Do Tejo ao Rovuma" vai finalmente ter a sua sessão de apresentação e lançamento.
A sessão irá decorrer no próximo dia
28 de Setembro (Sexta-feira) pelas 21,00 horas
na Biblioteca Municipal. Núcleo Cultural José Afonso, em Alhos Vedros.
"Do Tejo ao Rovuma" conta a história (em fotos e outros documentos) de cerca de cento e trinta homens pertencentes à Companhia de Caçadores 3309, que partiram da cidade de Chaves rumo ao norte de Moçambique, aquartelados nas margens do rio Rovuma na fronteira com a Tanzânia, onde conviveram com a brutalidade da guerra para onde foram enviados "sem jeito nem prosa". Onde viram os seus afectos violentados por verem tombar em combate companheiros seus com quem partilharam as saudades da distância, mas também pela revolta contida por terem sido arrancados do aconchego familiar e obrigados a participar num conflito "que não sentiam como seu".
É de facto (na sua devida dimensão) um documento histórico a preservar, pois nele está gravada "Uma breve pausa num tempo daquelas vidas".
Gostaria de poder contar com a vossa presença.
 
O autor
Carlos Vardasca
 
Nota: Para mais informações sobre a respectiva obra, podem contactar para os seguintes contactos:
Telefone: 212020157
Telemóvel: 963899868
             carlosvardasca@gmail.com
 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Locais a visitar por terras do granito

Monsanto 2012
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Castelo Rodrigo 2012
Belmonte 2012
Sortelha 2012
Almeida 2012