quinta-feira, 23 de abril de 2020

Agora foi a vez do nosso Gonçalves nos deixar


O Gonçalves quando ingressou no exército
Foto mais recente

Temos a informar que o nosso "cocuana" José Gomes Gonçalves, ex-Cabo atirador da Companhia de Caçadores 3309, e natural de Braga, faleceu hoje vítima de doença prolongada. Da última vez que o vi foi no nosso Encontro Nacional em Chaves em 2019 e, de facto, achei-o um pouco debilitado, mas sempre com um sorriso nos lábios.
Em nome de todos nós, aqui fica esta singela e justa homenagem, enviando a todos os seus familiares e amigos os nossos sentidos pêsames.
Estejas onde estiveres, o nosso abraço solidário.

Carlos Vardasca
23 de Abril de 2020

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Mais um amigo que nos deixou


                              Foto 1

        Foto 2


Tive mesmo agora conhecimento pelo meu amigo João Arteiro de que o meu camarada e amigo António Duarte da Silva Pereira, ex-soldado Condutor da Companhia de Caçadores 3309 (Moçambique 1971-1973) faleceu hoje, vítima de doença prolongada.
Era de facto um amigo e dele guardo gratas recordações. De espírito muito falador que mais parecia transportar dentro de si uma tempestade de alegria, recordo a forma solidária como interagia com todos nós e como acarinhava os miúdos do aldeamento em Nangade.
Recordo como chorou copiosamente e de uma forma sentida como se fora uma criança, quando no aquartelamento de Palma lhe dei conhecimento do falecimento em combate do nosso cabo condutor Victor (“Didiá) e do Sousa, na picada de acesso ao rio Litinguinha em Nangade.
Antes de ser mobilizado para Moçambique o Duarte esteve emigrado durante alguns anos na Venezuela onde exerceu a profissão de marcenaria, especializando-se na arte decorativa e de entalhador de móveis.
Quem o queria ver, de cada vez que saía em coluna de reabastecimento entre Nangade e Palma e nas diversas pausas deste percurso, era procurar no mato (ou comprar nos aldeamentos) pequenos pedaços de pau-preto ou pau-rosa, para os moldar em outras figuras que nunca pensaram ser esculpidas com outra identidade.
O Duarte, quando foi para Moçambique, para além da mala onde transportava a sua roupa, levou também consigo outra mala mas carregada de ferramentas associadas à sua profissão.
Já em Nangade, dava gosto vê-lo, nas raras pausas que a guerra permitia, empenhado em descascar aqueles pedaços de madeira sempre com um tique que lhe era característico que era, devido ao esforço despendido, colocar a língua de fora e virada para o lado esquerdo da boca, como se estive a mordê-la, enquanto tentava dar vida àqueles nacos de madeira, que regra geral assumiam figuras religiosas, devoção essa que hoje e passados tantos anos do seu regresso da guerra colonial, não lhe puderam valer, nem o pouparam dos dias de sofrimento que há muito vinha padecendo.
Não foi por acaso que nós em Moçambique lhe atribuímos a alcunha do “Mordedor de Madeira”, que ele humildemente foi aceitando com a simplicidade que o caracterizava e até achava muita graça.
É recordando o Duarte, o nosso querido e amigo “Mordedor de Madeira”, que lhe presto esta singela e sentida homenagem.
Esteja onde estiver, aqui fica o meu abraço solidário, enviando a todos os seus familiares as minhas condolências.

Carlos Vardasca, 11 de Abril de 2020

Foto 1: O Duarte numa foto mais recente.

Foto 2: O Duarte, com o cotovelo apoiado na perna e com um ligeiro sorriso que o caracterizava mesmo nos momentos difíceis.

sábado, 28 de março de 2020

Relatório da Comissão Organizadora do XXX Encontro Nacional dos ex-militares da C.CAÇ. 3309




Aquela semana estava a ser terrível; ventos fortes e lamuriosos e chuvadas propícias a  inundações.
Era precisamente a semana do nosso Convívio. Não gostaria, de todo, que fossemos levados pelo vento nem arrastados nas enxurradas.
Além disso, tínhamos 2 problemas em mãos: O torneio internacional de badminton e o raio da perseguição do Covid-19. No primeiro caso a lotação (esgotada) do Hotel Internacional e no segundo, estarmos todos na bela e perigosa idade dos setenta (para muitos “IDOSOS”, igual a pessoas de Alto RISCO). Já havíamos enfrentado o inferno da mata e comido "o pão que o diabo amassou". É mais uma…
O torneio foi desmarcado e, felizmente, ninguém do "maralhal" (pelo conhecimento informativo telefónico), foi atingido pelo mísero Corona – 150 mil vezes inferior a um milímetro.
No dia 7 de Março, dia do Encontro, acordei sobressaltado: como estaria o Tempo?
Espreitei à janela, e gostei do que vi: Tempo e vento amenos e o sol a querer espreitar pela réstia das nuvens do dia anterior. Temos dia…
“O CORTIÇO” em Tornada – Caldas, estava à nossa espera para o "MATA-BICHO". A malta lentamente começou a engrossar. Seríamos 80 (com familiares e amigos). Nada mau, dadas as circunstâncias…
Seguiu-se a Celebração Eucarística. Lembramos os nossos camaradas que tombaram ao serviço da Pátria, todos aqueles que já não contam no número dos vivos e pela saúde dos que ainda teimam em continuar estes belos encontros.
De salientar a presença de três viúvas, o nosso camarada dos Açores e camaradas de Viana do Castelo e Algarve, bem como o Dr. Silva que veio de muletas, o Pinto  (violas) que já não vinha há bastante tempo, bem como o camarada "Cascais". Já sabem onde quero chegar…. 
Depois da fotografia de grupo tirada nas escadas da capela, seguimos para o Almoço/convívio, onde respondeu à chamada o vice-presidente da Câmara das Caldas da Rainha, dr. Hugo Oliveira, presenteando-nos com uma bela lembrança. O Sol beijou-nos durante o tempo todo. Fantástico.
Depois de um minuto de silêncio, entoamos o Hino Nacional, deram-se vivas à nossa Companhia, a Portugal e às nossas mulheres (no dia seguinte era o dia delas).
Associou-se ao nosso encontro o camarada Tony Pintinhas – GE e o Cardão Pinto, teve a feliz ideia de fazer uns bonés com o respetivo emblema. Juntaram-se todos; Diamantino, Cardão Pinto, Vilela e Tony Pintinhas. E tiraram a foto do grupo.
Já no almoço e bem aviados, o nosso 1º. Mina da Cruz, destapou o emblema, em ponto grande, do nosso Batalhão, encimado pelo painel: “ENCONTRO ANUAL DOS MILITARES DA C.CAÇ. 3309 – B.CAÇ.3834”.
Antes do bolo de aniversário e os parabéns, sortearam-se várias prendas. Aproveito para agradecer aos camaradas que, como é habitual, ofereceram prendas, algumas até bonitas e valiosas.
Agradecer a todos os que ajudaram a montar este almoço, bem como enfeite do salão (Meira -Org- Pinto Lopes e Amável).
Agradecer a simpatia do Pe, Samuel e o reconhecimento do meu trabalho pelo camarada Cardão Pinto e Diamantino. Não estou à espera disto, mas é isso que me leva a continuar. Sabe bem. Outros fazem críticas destrutivas e isso até na alma se sente.
Agradecer aos ausentes que não vieram por manifesta falta de saúde
Para o ano 2021, o convívio, como já foi divulgado, será no dia 6 de Março (coincidente com o dia da nossa chegada). O local ainda está em estudo, mas tudo leva a crer que será na zona de Leiria (Fátima) em Alvados (perto das grutas).
Após os habituais abraços e beijos de despedida, fomo-nos arrastando para o exterior com a esperança de renovarmos este encontro para o ano. Sinal de que estamos vivos.
Até para o ano camaradas e não se esqueçam “PERMANEÇAM EM CASA”.

A Organização do XXX Encontro Nacional
Arteiro/Meira/Telmo
Tornada-Caldas da Rainha 7 de Março de 2020

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020