domingo, 5 de setembro de 2010

Liga dos Combatentes procura campas em Moçambique

(...) Uma equipa da Liga dos Combatentes vai percorrer Moçambique de sul para norte, entre os próximos dias 4 e 22 de Setembro, numa "acção de reconhecimento" de locais onde estejam corpos de militares portugueses mortos durante a Guerra Colonial, disse o presidente da instituição ao DN.
Segundo o general Chito Rodrigues, a nova missão insere-se no projecto de "Conservação das Memórias" desenvolvido pela Liga e visa, no caso de Moçambique, identificar os restos mortais de militares portugueses para depois os concentrar e trasladar para o cemitério de Languenhe, em Maputo.
Neste cemitério já existe um talhão dedicado aos combatentes portugueses mortos durante a guerra naquela antiga colónia lusa, a exemplo do que sucede na Guiné ou em França, aqui por causa dos soldados que participaram na I Grande Guerra.
Esta nova missão da Liga dos Combatentes vai ter lugar depois de a instituição ter dado por concluídos os trabalhos similares realizados durante os últimos anos na Guiné-Bissau, com o apoio directo de uma equipa de antropólogos liderados pela professora Eugénia Cunha (...)


In: Jornal "Diário de Notícias"
26 de Agosto de 2010


Com o início desta missão agora em terras de Moçambique, abre-se uma nova frente para a identificação dos locais onde foram sepultados os nossos companheiros tombados na Guerra Colonial. Espero, e depois de se resolverem os casos mais imediatos e de mais fácil localização, que a Liga dos Combatentes se interesse pelo assunto relacionado com o Furriel Castro Guimarães (falecido em combate em 15 de Novembro de 1972 e sepultado em terras da Tanzânia) tendo em conta os elementos que já lhes forneci (embora a localização da sua sepultura ainda seja uma incógnita) e outros dados que entretanto eu futuramente poderei fornecer.
Esta convicção está relacionada com a investigação que estou a efectuar em paralelo e em várias frentes, onde se inclui (a mais recente) junto da missão católica "Missionários da Boa Nova" sediada em Moçambique, mais concretamente com o Padre José Alexandre (neste momento de férias em Portugal) e com o qual irei tentar entrar em contacto para o colocar a par do assunto relacionado com o caso do Furriel Castro Guimarães, e pedir pessoalmente a colaboração daqueles Missionários na procura (junto de outras entidades) da localização da sua sepultura em terras da Tanzânia (Aldeia de Kytaia) e a restituição à pátria dos seus restos mortais, para junto dos seus familiares.
"Nada é impossível".
Apesar de reconhecer as dificuldades que este processo encerra, tudo farei junto das entidades possíveis para a identificação do local onde os militares tanzanianos sepultaram o corpo do Furriel Castro Guimarães, depois de o terem abatido em 15 de Novembro de 1972 nas margens do rio Rovuma, no âmbito da "Operação BAGA 6", quando este militar comandava um Grupo de Combate dos GEs 212 aquartelados em Nhica do Rovuma.

Carlos Vardasca
05 de Setembro de 2010

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