Eu e a Odília na companhia da esposa do Nabais, a quem ofereci um exemplar de "Do Tejo ao Rovuma". Meimoa, 24 de Agosto de 2012
De visita ao companheiro Barbudo. Castelo Branco, 23 de Agosto de 2012
Quando iniciei e elaboração do livro sobre a história da
Companhia de Caçadores 3309, a que lhe dei o título “Do Tejo ao Rovuma”, fiz
uma promessa, que quando o mesmo estivesse concluído ofereceria um exemplar aos
familiares dos nossos companheiros falecidos em combate.
Essa promessa vai ser cumprida muito em breve, tendo em conta
que a referida obra já está concluída e editada.
Para além deste
facto, havia uma outra “missão” por cumprir e que não pode ser concretizada,
pela circunstância do seu destinatário ter falecido em 2007.
João Luís dos
Santos Nabais[1] faleceu devido a doença
prolongada, e foi também a quem prometi oferecer-lhe um exemplar, não só por
ter colaborado e tornado possível este documento histórico, mas também por ter
sido um dos grandes amigos com quem tive o prazer de partilhar momentos de
grande camaradagem desde a recruta em 1970, passando pelo IAO, durante a nossa
permanência no conflito colonial de 1971 a 1973, até à data do seu falecimento.
Se não bastasse este tão
prolongado período de convivência, jamais esquecerei o facto de quando em
Moçambique a 3309 foi chamada a participar na Operação de assalto à Base Beira
(um dos principais redutos da FRELIMO no norte de Moçambique) ele, num acto de abnegação e de camaradagem, se ter oferecido para ir em meu
lugar, por ter percebido e compreendido o meu estado de depressão ao saber que
teria que participar naquela operação e em face do deficiente estado de saúde
em que se encontrava a minha mãe naquela altura.
Não podendo cumprir esta
“missão” de reconhecimento em sua vida (dado que a presente obra ainda não
tinha sido concluída) neste mês de Agosto e durante as minhas férias passadas
por terras do interior, desloquei-me a Meimoa (depois de ter estado em Castelo
Branco com o Barbudo[2] que nos mostrou a cidade e ter visitado a
belíssima povoação de Monsanto) para pessoalmente oferecer um exemplar de “Do
Tejo ao Rovuma” à esposa do meu grande amigo Nabais.
Uma das fotos que se editam
representa esse momento de extrema felicidade quando a esposa do Nabais
recebeu o livro, querendo desde logo que eu e a minha esposa lá jantássemos e
ficássemos para só partirmos no dia seguinte, ao que recusámos pois já tínhamos
estadia marcada em Belmonte.
Considero-me extremamente feliz por ver esta “missão cumprida”, com a particularidade de ser em homenagem ao companheiro e amigo “Guerrilheiro da Malcata”[3] que sobreviveu
à Guerra Colonial mas acabou por vir a falecer em “Terras do Demo”.
Carlos Vardasca
27 de Agosto de 2012
1 comentário:
Um acto exemplar de camaradagem.
Tens razão para estar feliz: missão cumprida!
Abraço,
António
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